quarta-feira, setembro 19, 2007

...


Voa livre
nos jardins
dos tempos

a borboleta
nova-antiga
do menino-do-vento


Atravessa, transparente,
os portais
do eterno-efêmero


Sempre-nunca
em vã fulga
da finitude infinita


...
foto: Praça do Country _Cascavel -PR (Kaibers)


















Eu amei meu inimigo

e nisso encontrei

libertação


Quando o desconhecido

faz tudo ficar perdido

eu mesmo acendo a minha escuridão

(letra de música)


.

quarta-feira, setembro 05, 2007

foto: praça do Country_ Cascavel -PR (Kaibers) Desfez-se em vento
o que eu segurava tanto
e agarrava com as mãos

Diluíu-se
no sopro sonoro
de uma palavra tua

Minha casa
meu corpo
e minha boca

E o silencio que restou,
me abraçando,
acolheu-me em suas asas

Fez tudo dormir

...
...
Minhas mãos
nas tuas mãos

São folhas vivas
são vãos

Por onde escorrem
chãos

Por onde ecoam
sons

Da minha
breve e inaudível
música


Mãos

ãos

Mãos

...
...




O asco
um bom whisk resolve. Dilui. Dissolve.


E o resto?
E o rastro?
E o risco?


E a linha fraca
o frágil cordão que separa
o "tudo" do "nada"?


Corda bamba
onde cada um
a seu modo, a seu medo
estira seus sentidos
direção


Seres cósmicos,
cômicos, entristecidos


De letal estranheza imbuídos
andando firmes
acreditam-se sóbrios
sobre a linha
lírica e fina
linha


Qual linha?


E a substãncia excêntrica
e metafórica das coisas
dissolve-se
num copo


Seu gosto virtual
latitudinal
virginal


Visceras
vasos sanguíneos
flores de glóbulos
campos de células
reações


E o homem
Só!


É só


...
foto: praça do Country_ Cascavel -PR (Kaibers)

Eu transbordaria num sorriso
Se te encontrasse agora, novamente,
entre estes pinheiros
que rezam alguma contemplação humilde.

Rezamos sempre com todas as coisas.

Ver teus olhos
Entre os verdes deste oceano de vida
descobrindo-se ao ritmo
dos ventos

Mas te ver é mais que te ver somente.
É também lembrar de um silêncio
que há muito cultivo.

Jardim de pedras

Ao te ver, amor
Não me perco. Não te perco.

Ver-te é a memória
permanente do que ainda busco.


E Buscar, antes de Encontrar,
é também uma alegria calma.
E por calma, serena.
E por serena, inteira.
Vibrante. Sonante.

É.

Ver-te, ao fim,
seria o mesmo que não te ver.
E não te ver
seria o mesmo que te ver.
Pois os dois são
um vento no rosto
em um dia quente.
Como a força Vital
a construir e desconstruir
Sempre.
Outra e outra vez.

Namastê!...


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