terça-feira, dezembro 11, 2007

...

A chuva urbana
cai urbana

Nas ruas urbanas
nas árvores urbanas
e seus sons e cheiros

E molha jardins urbanos
e pessoas urbanas

Que andam urbanas,
respiram e falam, urbanas,
assuntos daqui

O prédios, acordados,
observam as casas

Chuva é chuva
molha e escorre sempre
nas mentes
ao menos

Recolhem-se roupas
e anseios

Dos varais
urbanos

...

sábado, outubro 20, 2007

foto: Cascavel - Pr (Kaibers)

...

 












Quis mais
os ventos souberam
o quanto eu quis

a leve vaga
dos teus sonhos

vestidos em mim

...

segunda-feira, outubro 15, 2007

foto: Cascavel - Pr (Kaibers)
...


silêncio
silêncio
silêncio


deixa calar o que estão falando
deixa os calos


falam e não dizem
do que a alma
roga


rogam e não falam
do que a alma
implora


silêncio
silêncio
silêncio


atráz do silêncio
a Vida
singela e pequena
discreta
e serena


brota


...

...


Se sou

eu sendo




se está sendo agora


a lua escura


no céu-fim





se fui

vento, pedra, água






nada nada


disso


ficou






tudo é Nada


nada é Tudo





(e ...)





sábado, outubro 13, 2007

...

É sempre ausente
essa tua presença

e sempre preenche algum vazio

alguma brisa
algum desejo
de existencia

É sempre pouco
esse beijo louco
essa febre vã
essa coisa outra
essa luta
essa busca
de ti
de mim

...

quarta-feira, setembro 19, 2007

...


Voa livre
nos jardins
dos tempos

a borboleta
nova-antiga
do menino-do-vento


Atravessa, transparente,
os portais
do eterno-efêmero


Sempre-nunca
em vã fulga
da finitude infinita


...
foto: Praça do Country _Cascavel -PR (Kaibers)


















Eu amei meu inimigo

e nisso encontrei

libertação


Quando o desconhecido

faz tudo ficar perdido

eu mesmo acendo a minha escuridão

(letra de música)


.

quarta-feira, setembro 05, 2007

foto: praça do Country_ Cascavel -PR (Kaibers) Desfez-se em vento
o que eu segurava tanto
e agarrava com as mãos

Diluíu-se
no sopro sonoro
de uma palavra tua

Minha casa
meu corpo
e minha boca

E o silencio que restou,
me abraçando,
acolheu-me em suas asas

Fez tudo dormir

...
...
Minhas mãos
nas tuas mãos

São folhas vivas
são vãos

Por onde escorrem
chãos

Por onde ecoam
sons

Da minha
breve e inaudível
música


Mãos

ãos

Mãos

...
...




O asco
um bom whisk resolve. Dilui. Dissolve.


E o resto?
E o rastro?
E o risco?


E a linha fraca
o frágil cordão que separa
o "tudo" do "nada"?


Corda bamba
onde cada um
a seu modo, a seu medo
estira seus sentidos
direção


Seres cósmicos,
cômicos, entristecidos


De letal estranheza imbuídos
andando firmes
acreditam-se sóbrios
sobre a linha
lírica e fina
linha


Qual linha?


E a substãncia excêntrica
e metafórica das coisas
dissolve-se
num copo


Seu gosto virtual
latitudinal
virginal


Visceras
vasos sanguíneos
flores de glóbulos
campos de células
reações


E o homem
Só!


É só


...
foto: praça do Country_ Cascavel -PR (Kaibers)

Eu transbordaria num sorriso
Se te encontrasse agora, novamente,
entre estes pinheiros
que rezam alguma contemplação humilde.

Rezamos sempre com todas as coisas.

Ver teus olhos
Entre os verdes deste oceano de vida
descobrindo-se ao ritmo
dos ventos

Mas te ver é mais que te ver somente.
É também lembrar de um silêncio
que há muito cultivo.

Jardim de pedras

Ao te ver, amor
Não me perco. Não te perco.

Ver-te é a memória
permanente do que ainda busco.


E Buscar, antes de Encontrar,
é também uma alegria calma.
E por calma, serena.
E por serena, inteira.
Vibrante. Sonante.

É.

Ver-te, ao fim,
seria o mesmo que não te ver.
E não te ver
seria o mesmo que te ver.
Pois os dois são
um vento no rosto
em um dia quente.
Como a força Vital
a construir e desconstruir
Sempre.
Outra e outra vez.

Namastê!...


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terça-feira, julho 24, 2007

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(clique sobre a imagem para ampliá-la)



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(clique sobre a imagem para ampliá-la)

foto Praça dos Mosaicos - Cascavel - PR



segunda-feira, julho 23, 2007




*clique sobre a imagem para ampliá-la

domingo, julho 15, 2007


...
Te espero na ultima estrela da noite
foi la que meus olhos ficaram
esquecidos
a te buscar
Parados nas palavras que te quis confessar
e nas mãos
entrelaçadas
um resto de calor
aprisionado por fora
e brasas
por dentro
...

quinta-feira, julho 12, 2007


...


Longe
Eu sei

Mas não tanto
Que por minha lucidez ou loucura
eu não te alcance

não longe
que eu te perca na eternidade
das nossas promessas vãs

não tanto,
que me faltes
nas noites invasivas
nos ritos doloridos
novos ou antigos
da solidão

nos dias lindos
nos mortos e nos vivos

sei-te longe amor
mas não tanto!


...
...
Ironias


Alguma coisa
Outro dia
Me fez lembrar de ti

Acho até que
Foi que lembrei
Do propósito que tinha

De nunca
Por nenhum motivo
Te esquecer

...
...

Nas paredes
algo se pendura
desejo
desgosto
intenção

Só a tua
vazia mantém-se

Paredes observam
perguntam coisas
que não se entende

querem uma resposta
que não dão, porque não a têm

suspiram, asfixiam
concretas, duras
vazias, claras
escuras, nuas

Um perto perto

Perco
paredes
feito
gente

Acaricio com olhos
que escorrem e percorrem
dedos
desenganados
contentes

Teu silêncio parede

Parede
Parede
Parede
...

sexta-feira, julho 06, 2007

...

of love

Já nao sinto culpa
nem desespero
nem ansiedade
ou medo

mas repousa
como o descer de um sol ameno
uma quietude branda
um silencio calmo
um respirar ameno

prefiro deixar esquecido
no teu ultimo beijo
o desejo do seguinte

a lembrança é outra matéria
menos densa
mas nao menos intensa

é dela que sobrevivo
nela re-crio
o movimento perfeito
de nossas vidas imperfeitas
dando-se ao encontro
das almas e corpos

teu gosto novo
novo
novo
novo

se desfazendo
nos meus sentidos
permanente
e sempre
e sempre
e sempre

E, sim, insano
sigo sendo
o desejo apenas
de ser pleno

novamente em você

...

segunda-feira, julho 02, 2007

...

palavra maldita essa
que nao consigo inventar
presa na garganta

essa que traduz
o que é sentir o tudo e o nada
ao mesmo tempo
no vazio e no mundo
nas coisas e nos pensamentos
nas horas boas e nas que nos escravizam

nas bocas das pessoas
que agora
em algum lugar
estãopela ultima vez
se deixando

...

terça-feira, junho 26, 2007

...

Um dia
você levanta
e sofre um espanto:
-oh?! Quem é esse meu Deus?!
Quem é ESSE no espelho?!


...

quinta-feira, junho 14, 2007



À Lapa - RJ



Lapa em
lápides
humanas
imundas
da culpa

dos grandes


Sorriem
unânimes
amarelos
doloridos


Gangrenam
desejos diluidos

nos arcos
nos vultos, no chão

pedras pulsantes
pulsânimes

mendigando
sentido


...

(foto: praça Country - Cascavel)




O sal
no céu
da boca



O sol
na boca

do céu



O céu

no sol

do sal


A boca aberta em sentidos




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segunda-feira, junho 04, 2007

(Cascavel - PR)

Destino


Se eu pudesse
não ter conhecido o sol

não me importaria
Com a escuridão

e, outra vez, talvez,
então

me consolaria
por não entender

Mas não!


quinta-feira, maio 31, 2007

(foto: ruas de Toledo -PR)


In verno






O fio do tempo




desenrolando




no frio do vento




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domingo, maio 20, 2007

Que venha
o sumo
a soma
o senso
e o sublime

e nada disso será ainda o Sentido
e nao seremos ainda
nada disso tudo

e no entanto a alma
vez em quando engana-se
achando que o mundo
era aquilo que via

A voz volta-nos soando repetitiva

Nada de novo no mundo
Afazeres, risos, choros, vida


E grávidos de uma exitencia Outra
Dessa substancia informe e incolor
e indefinidaa

agonizamos alguma felicidade

Que vontade é essa que nos pertuba tanto

que desconhecemos
e precisamos manter escondida?

...

segunda-feira, maio 14, 2007


...


A felicidade é uma menininha

cantando

baixinho e

distraída

uma cantinga

fácil
de se esquecer


...

quarta-feira, maio 02, 2007


o fio era aquele
no olhar preso
frágil e denso


e conduzia
toda a existencia
a algum lugar indefinido ou ausente
onde desaguava transfigurado em formas
perplexas, indizíveis


em reinos inabitados e íngrimes
onde no entanto
alguma felicidade
se fazia
parecer possivel



...

quarta-feira, abril 18, 2007

(foto: Rio das Antas - fonte dos Mosaicos -Cascavel -PR)


Eu nao tenho mares

só um pequeno rio
calmo e sereno


de águas revigorantes




É nele que correm meus mares
meus céus infinitos


é nele que as estrelas caem
de onde meus sonhos estão
a emergirem e naufragarem


num fluxo indefinido
(sombras que acariciam a pele)


Um rio onde me sento
para descansar
do mundo


E que conheço bem
porque eu mesmo


o chorei


...

quinta-feira, abril 05, 2007

(foto: Kaibers)
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Saudosismo



Saudade do tempo em que


as estrelas orbitavam nos olhos


e o tempo não existia


...

quarta-feira, abril 04, 2007




Haicai Ecológico

...


Raízes amam profundezas


E sustentam a natureza


Sem precisarem aparecer


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segunda-feira, março 26, 2007



Por cima das árvores

por cima dos prédios

das casas e postes


por cima do mundo todo


o Céu é só

um oceano infinito

ao contrário

onde eu gosto de pescar

algum silêncio e paz
...

quinta-feira, março 22, 2007

Foto: jardim pedras
Cultivo um jardim de pedras
porque elas me ensinam silencio
nesse turbilhão de palavras vãs
porque elas não precisam mentir
para apenas ser


porque apenas são
sem expectativa ou medos


Sem arrebatamentos de alegria
ou devaneios de tristezas


simples pedras em seu inrreconhecido jardim
Pedras são por dentro e fora a mesma essencia


Os homens são líquidos
No entanto
quase nunca fluem


Para dentro de si mesmos
E eu não quero ser assim


...

sexta-feira, março 16, 2007


Onde te escondes
Amiga minha?
Qual teu nome?
Qual tua sina?

Tens em tua fronte
Ferida divina
Que causa-te dor
Que traz-te alegria

Teu corpo quieto
No corpo etéreo
Teu sopro singelo
Teus brandos castelos

Teus quartos brancos
E tantos escuros
Tuas flores chorando
Teus risos florindo
Entre passados e futuros

As mãos ocultando-se
Num ato contrito

Onde estás amiga minha?
Onde? Alma minha?
Onde passeias?
Meu corpo vazio te solicita.
Te quero a mim.

quinta-feira, março 01, 2007



Nada perdura

Sol intenso
noite fria


oscilam
em finitude
entre durezas
e canduras
num reino impermanente


Morro e nasço

sempre
suspenso
por um fio de luz

e hei
de desaparecer!

terça-feira, fevereiro 27, 2007




Pulsa

Em meu efêmero corpo

Corpo-desejo

Pulsa

E meu pulso


É puro

Modo de ser


Pleno

Pulsa

Verdadeiro

Pulso





Uma perturbação duradoura


Teu nome brilha sem fim


Retina e sombra


Flor e salmoura

Dentro de mim


segunda-feira, fevereiro 12, 2007


Meu canto sai da terra
E alimenta o ar
 


Meu pranto no riso encerra

Meu sonho
no olhar espera

Meu corpo
no mundo dança
na dança cansa

Minha alma
a procurar

Fui sol, fui luar
Hoje sou vento

E tal o vento
Invisível e ligeiro
Hei de ficar

Até que Deus deseje
Que eu me torne meu Desejo
E a Ele retorne
Sem cessar


sexta-feira, janeiro 26, 2007


Estamos vivos,presos na voz rouca do tempo.
Náufragos e pétricos,
ainda brincamos à beira do rio de esquecimento.

A memória, senhora da história,
nos observa
guardando em seu colo confuso
todos os nossos sonhos.

As lembranças ensaiam musgos
ao anoitecer de tudo.

Não há morte
Há outro modo de existir.





Já não me surpreendo com a maldade
da maioria dos humanos.

Me surpreendo com a bondade!"



quinta-feira, janeiro 25, 2007


O mundo gira
eu paro
Fico suspenso
fora do tempo/espaço

As coisas giram
por sobre o mundo

Eu, estático

Vejo o tempo
vejo o mundo
vejo o giro

Ainda enxergo
Se girar
morro

Parando
sigo

terça-feira, janeiro 23, 2007


Quem saberá
da luz
seu caminho passado
seu percursso futuro?

Dissipará sombras
por onde ir.

E eu quero
um sol de devaneios
Um vento soprará
nossas sombras
e nossos corpos
de decomporão em luz

Liberdade por dentro da gente


sexta-feira, janeiro 19, 2007


Democracia

Quero o Direito de desistir
De mim mesmo
De você
Do mundo

E recomeçar a ensaiar
Alguma esperança
Quando acordar o dia






Patologia Urbana
A Frebre do Ouro
Cegou-te tanto
Que nem a Ti mesmo
Consegues ver.
Que se dirá
do Outro!






Cada gota
Cai outra
Dos olhos
Ou das nuvens
Quem souber
Assim vê-las
Sempre haverá
De re-nascer!
(foto: Kaibers)

quarta-feira, janeiro 03, 2007


No meio da rua
Uma imagem minha
E uma passagem tua

Um sonho previsível
Um riso irrisível
Um pesar indizível

Estrela de-cadente
Ilusão evidente
Na contramão


Um meio de a rua
Me dar-te
Alheio